A Rescisão

A Rescisão aconteceu. Ontem*. Quase 18 anos depois. 18 anos de Aeroporto.
18 anos de turnos desconcertantes. 18 anos de muita descoberta pessoal.
Quando concorri ao aeroporto foi inicialmente para bordo. Aliás, concorri 5 vezes, sempre com a ideia que era a trabalhar dentro de um avião que me sentiria livre.
Ilusão.
A liberdade é algo dentro de nós, não fora.
E o aeroporto dá-nos essa sensação não é?! De liberdade…mas não será fuga?!

Fecho mais uma capítulo da minha vida. Inicio um outro.

Muito vos podia dizer sobre isto mas a verdade é que neste momento o sentimento que vivo é tranquilo. Uma tranquilidade que vem do coração e não da mente.
A mente quer apoderar-se da situação e quer convencer-me que tenho de controlar a vida para que não fique “desamparada”, diz ela.
Meus Deus, como é que nos deixámos convencer que temos de ser infelizes a fazer o que não nos traz felicidade. Como é que os nossos pais e antepassados acreditaram nisto?

Este “desamparada” é fruto da programação a que todos fomos sujeitos, convencidos que um contrato assinado nos garantem os laços que não foram criados naturalmente por algo que não pode ser controlado.

As nossas vidas são inundadas de contratos assinados. Contratos que nos dão a falsa segurança de que uma união não será quebrada.
Uniões essas muitas vezes vazias, sem estrutura nem fundamento que façam sorrir a nossa Alma e o nosso coração. Não são fieis e por isso precisão de ficar escritas para não serem traídas.

Agarramo-nos a estes papeis que achamos definirem a nossa vida e muitas vezes a nossa própria identidade, porque muitos de nós são a sua profissão, para colmatar a falta de verdadeira identidade.

E essa identidade procura-se, chora-se, descobre-se, vibra-se.
Ela não pode ser definida num papel, num documento, numa profissão.

A todos os meus queridos colegas que me acompanharam nestes 18 anos de aeroporto, mesmo aqueles com quem tive choques de egos, aprendi tanto com todos vocês!
Viram-me tornar-me mulher, esposa, mãe e acima de tudo em quem sou verdadeiramente hoje. Obrigada!

Sou uma apaixonada pela vida, uma curiosa insaciável dos mistérios deste Universo maravilhoso e deslumbrante.
Sou Impulsionadora da Alma inata e por vocação.
Sou uma mulher apaixonada pela inovação e pela evolução de consciências.
Sou aquela que não tem no vocabulário a frase “não pode ser concretizado”.
Sou aquela que já nasceu com a certeza que todos estamos aqui com um propósito maior, algo que não se compra em nenhum supermercado. Conquista-se.
Sou uma mulher que se ama e se aceita cada vez mais.
Sou aquela mulher que quer mudar o mundo.
Sim. Irei deixar concerteza o meu legado. A minha inspiração. O meu exemplo.

Aprendi que quantas mais feridas temos, mais Luz permitimos fazer entrar em nós. Rumi sabia o que escrevia.

Não tenham medo de serem felizes. Agora. Ainda há tempo. Há sempre tempo.

E o que é o tempo?
É AGORA. O teu tempo. Faz dele o que quiseres.

OBRIGADA OBRIGADA OBRIGADA.

*Esta rescisão aconteceu a 19 de Junho de 2018 e este texto foi escrito no dia seguinte.

4 Responses

    1. Querida Susana, caminhamos juntas, cada uma no seu propósito! E que bom é ter quem nos inspira também a concretizar ainda mais essa coragem levando-a a outro nível. Abraço-te em gratidão e irmandade 🙂

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