O nosso processo de crescimento interior está a ser espelhado nos nossos relacionamentos.
Crescimento INTERIOR significa identificar o que te vai bem dentro, fervendo como EMOÇÃO e como utilizar o que sentes para te LIBERTARES ou para te VITIMIZAR.
Sobretudo como expressas isso nos relacionamentos a dois, AGORA.
Olhando bem fundo nos olhos dos vossos parceiros, o que vêem?
O que sabem vocês sobre eles verdadeiramente? Sejam pais, maridos, esposas, filhos…
Que sabem vocês como eles realmente se sentem nas suas vidas? Quais os seus verdadeiros medos? Medos muitas vezes camuflados por um sorriso forçado ou por um querer agradar…
E sobre vocês mesmos? O que sabem? O que conhecem?
Onde residem ainda os medos de dizer basta; de dizer “não quero”; de ser genuíno/a? Em vez de responder a estas questões em nós simplesmente temos tendência para querer “consertar” os outros à nossa volta. Conserta-te primeiro. Cuida do que sentes e age em conformidade.
E se o que sentes agora é um enorme desconforto. Sentes o fim em muitas áreas da tua vida; o inicio do desconhecido; o medo das decisões que não podes adiar mais.
Esse desconforto está a mostrar-te o lixo emocional e mental que ainda não limpaste da tua história. Essa escuridão dentro vai levar-TE à solução. Tens DE CONFIAR.
Deixo-vos um texto meu tão vulnerável, resumindo o momentum que marcou o inicio da CURA da minha Alma. Sinto que muito deste texto descreve o que muitos sentem agora de várias formas.
Façam uma analogia com a vossa vida e recebam destas palavras a orientação que vos estiver designada.
(…)
“Tive de acompanhar a minha mãe no processo da doença do meu pai. Durou dois anos. Éramos parceiras. Eu assumi o papel de mãe, ou seja, era eu que lhe dava força com 15 anos. Era eu que não chorava ao lado dela e era eu também que tentava arranjar soluções e alternativas para a poder orientar. Eu era aquela que não acreditava que ele pudesse vir a não conseguir curar-se.
Ele foi operado muitas vezes, muitas vezes piorou e melhorou. Foi se decompondo durante várias tentativas de tratamento. Acompanhei-o sozinha, observando a sua desorientação e incapacidade em nos manter seguros na estrada. Em se manter em esforço. Um esforço que eu sentia e lia como uma desistência da sua parte. Ele não queria mais estar ali, a sentir tudo aquilo.
Lembro-me de não aceitar essa desistência nele, sem lhe dizer nada. Lembro-me da minha zanga.
No dia que ele partiu eu estava com ele. No momento da sua ultima expiração, agarrada às suas mãos frias e suadas. Ele já não conseguia falar e estava a deixar o corpo.
Estávamos todos em casa, quase em estado de oração, para que o seu sofrimento terminasse, quando eu de repente senti vontade de ir ter ele, ao quarto. Algo me chamou. Foi uma certeza que senti ao deslocar-me a ele.
Sentei-me ao lado dele, senti toda a sua inquietação e respiração ofegante. Perguntei-lhe se queria dizer-me alguma coisa.
Agarrei-lhe as mãos com toda a força, amparando-lhe a dor, sem eu saber.
Senti o medo nas suas mãos, mas ao mesmo tempo senti que eu era capaz de lhe dar a coragem que precisava para fazer a derradeira viagem.
Nesse momento ele partiu.
Libertou-se de toda aquela dor. Da dor de uma vida no fundo. E estava comigo. Estávamos juntos. Senti quase a injustiça de carregar comigo este momento tão especial do ultimo suspiro do meu próprio pai. Como se não me sentisse capaz de honrar a sua morte. A sua passagem ao estado PURO. Eu tinha 17 anos.
A partir daí a nossa vida desabou. De todos nós. Da minha mãe, minha e do meu irmão. Estávamos sozinhos. Sem ele.
Zanguei-me. Muito. Com todos. Comigo. Com ele. Estava sozinha.
O meu grande e principal admirador tinha desaparecido. Lembro-me da dor que sentia em saber que nunca mais o iria ver. Abraçar. A dor. Lembro-me bem dela no corpo. A dor da perda no corpo. E era tão forte que quase não conseguia respirar.
Entre pesadelos, em que sentia a presença dele; ataques de pânico e afins, fui pesadamente medicada.
Fui obrigada a procurar ajuda. Fui obrigada, pela dor, a cuidar das minhas emoções. Das minhas zangas internas. E fui descobrir o propósito da minha vida.
Mal sabia eu que a partir daí iria renascer.
Descobri tanto sobre os meus medos, inseguranças, falta de amor-próprio, abandono, orgulho, raiva. Descobri a força que tenho dentro e que até então usava para me destruir e destruir à minha volta. Descobri que não era nada daquilo que descreviam sobre mim. Descobri a minha vulnerabilidade e a aprender a confiar nela. Descobri que posso ajudar muitos, que lidam mal com as suas emoções, a assumir o seu TODO, sem excluir nenhum sentimento e ainda assim sentirem-se Divinos e maravilhosos, sem desistirem de criar a sua própria felicidade(…)”